terça-feira, setembro 27, 2005

É a vida II...


Pra variar tenho uma duvida, por quê quando a gente cresce certas coisas perdem a graça e outras tão sem sentido se tornam tão importantes??



Quando eu era criança datas como Páscoa, Natal e Ano Novo pra mim eram mágicos, mas agora poucas coisas salvam... ainda guardo uma certa simpatia pela páscoa pois nessa data posso me entupir de chocolate sem minha mãe ficar pentelhando, afinal, páscoa é dia de comer chocolate... no natal as coisas complicam, sou obrigada a passar com minha família e lá a única coisa que eles querem é que de meia noite logo o amigo secreto seja revelado e eles possam ir cada um pra tua casa dormir, resultado: tédio total e por fim o ano novo, esse sim continua bom só que agora de outra maneira, festa na casa de um amigo meu até as seis da manhã, mas pelo menos ainda é bom...


Ah claro, como poderia esquecer do meu aniversario?? Bolo, docinho, presente, amigos, musica, festa, brincadeiras...e agora?? Agora, quando alguém lembra de falar parabéns já é lucro, tudo se passa como se fosse um dia qualquer, mas não é, é meu aniversario, PORRA...

E as brigas?? Brigar era legal, a gente saia na porrada e depois de segundos já estávamos brincando de novo, como se nada tivesse acontecido... depois que crescemos as coisas se invertem não brigamos mais, agora só ficam os ressentimentos, ninguém mais sai na porrada, em compensação a amizade demora voltar ao normal, não falamos o que sentimos mas guardamos magoas demais, infelizmente isso faz parte da vida adulta...


E ainda temos as coisas que não tinham importância nenhuma e agora são vitais...


Roupas, por exemplo, na minha época de infância qualquer coisa que eu vestisse estava ótimo, e por que agora escolho tanto?? Tem que ser daquele jeito senão, nada feito...


As marcas são importantes, sempre, como se uma etiqueta fosse fazer A diferença, como se a marca da roupa que você veste, do sapato que calça, do perfume que usa, ou outra coisa qualquer fizesse alguma diferença...


Pessoas pobres ou que não ligam pra esse tipo de coisas são menos felizes?? Menos capazes?? Menos aceitáveis?? Não, não são, e por que fazemos diferença?? Mas isso não é a vida adulta, é o consumismo, isso podemos evitar, nos livrar, a questão é que apesar de concordarmos que isso é ruim, não queremos acabar com ele...falar é bem mais fácil que fazer...


O ponto mais infeliz disso tudo é que estamos nos tornando “consumistas” cada vez mais cedo, me espanto ao ver crianças escolhendo roupas em loja, escolhendo o que querem e o que não querem e o que me espanta mais ainda: os pais deixam, como se fosse a coisa mais normal do mundo... isso é normal pra você?? Desculpa mas pra mim não...


Já dizia Lulu:


“E assim caminha a humanidade, com passos de formiga e sem vontade...”

sexta-feira, setembro 23, 2005

É a vida...


Chega a ser triste, mas é sempre assim...


Eu adoro escrever, (mesmo que os textos nem sejam bons) e sempre que tenho uma boa idéia, de um texto que parece realmente interessante eu olhos pros lados e estou longe de tudo: computador, caneta, caderno, papel de pão, celular, ou qualquer outra coisa que eu possa anotar....é terrível


Hoje pela manhã, eu estava saindo de casa, tive uma idéia que parecia ser ótima, e mais uma vez estava longe de tudo e atrasada demais para voltar...


E agora me sento na frente do PC e adivinha?? Não lembro de nada, nadinha não consigo pensar em nada que valha a pena ser postado...


Resultado: mais um dia sem atualizar, eu não gosto disso, todo mundo atualiza, menos eu, aff...


Enquanto não lembro de algo que valha a pena ser postado, vai ser esta reclamação mesmo...

quinta-feira, setembro 15, 2005

Abismo


De olhos fechados, a beira do abismo
Sentia um vento gelado na face
Resolveu, então, dar um passo à frente
E caiu,
Caiu ,
Caiu,
Caiu,
Caiu,
Caiu,
Quando, já no meio da queda, resolveu abrir os olhos
Viu que aquilo, na verdade, não era o que ele queria
Seus verdadeiros desejos haviam ficado no alto da montanha
Talvez, junto daquela árvore e agora tudo que tinha deles
Eram fragmentos, as folhas da árvore que trazia nas mãos,
Mas isso não é vida real, ele pode muito bem parar tudo como está
Voltar pra trás como se nada tivesse acontecido, mas
Nem aqui as coisas são simples, mesmo que ele não caia
Feridas se abriram, e as cicatrizes serão inevitáveis
Claro que se ele não chegar ao solo elas serão bem menores
Mas só pra ele
A pessoa que está lá embaixo esperando por ele de braços abertos
Se machucará bem mais com esse vazio
Com a falta do que pegar
E ele como sempre não quer voltar para não machucar o outro
É sempre assim, pensando mais nos outros do que nele mesmo
Ele queria poder pensar mais em si e mandar os outros pro inferno,
Mas não consegue
É provável que seja infeliz pelo resto da vida
Mas não fará nada que machuque o outro,
Ou quando fizer, fará de forma tão repentina
Que acabará se machucando mais do que a própria “vítima”



“Nada é fácil, nada é certo
Não façamos do amor algo desonesto
Quero ser prudente e sempre ser correto
Quero ser constante e sempre tentar ser sincero
(...)

E o que eu era eu não sou mais
E não tenho nada pra lembrar
Triste coisa é querer bem
A quem não sabe perdoar
Acho que sempre lhe amarei
Só que não lhe quero mais

Não é desejo, nem é saudade
Sinceramente nem é verdade”

sábado, setembro 10, 2005

O Laço e o Abraço


Como é engraçado!...
Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço...
Uma fita dando voltas? Se enrosca...
Mas não se embola. Vira, revira, circula e pronto: está dado o laço.
É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de braço.
É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido, em qualquer lugar onde o faço.
E quando puxo uma ponta, o que é que acontece? Vai escorregando devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço.
Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido.
E, na fita, que curioso, não faltou nem um pedaço.
Ah! Então, é assim o amor, a amizade.
Tudo que é sentimento?
Como um pedaço de fita?
Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora, deixando livre as duas bandas do laço.
Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade.
E quando alguém briga, então se diz - romperam-se os laços.
E saem as duas partes, igual aos pedaços de fita, sem perder nenhum pedaço.
Então o amor é isso...
Não prende, não escraviza, não aperta, não sufoca.
Porque, quando vira nó, já deixou de ser um laço.

terça-feira, setembro 06, 2005

Brega?? Eu??

"Quem é que nunca teve um Marcelo, um Felipe, um Ricardo, um Júlio ou um Alexandre na vida? Tudo bem, pode ser uma Juliana, uma Ana, uma Patrícia ou uma Aline...
Paquerar é bom, mas chega uma hora que cansa! Cansa na hora que você percebe que ter 10 pessoas ao mesmo tempo é o mesmo que não ter nenhuma, e ter apenas uma, é o mesmo que possuir 10 ao mesmo tempo!
A "fila" anda, a coleção de "figurinhas" cresce, a conta de telefone é sempre altíssima. Mas e ai? O que isso te acrescenta? Nessas horas sempre surge àquela tradicional perguntinha: Por que aquela pessoa pela qual você trocaria qualquer programa por um simples filme com pipoca abraçadinho no sofá da sala não despenca logo na sua vida???
Se o tal "amor" é impontual e imprevisível que se dane! Não adianta, as pessoas são impacientes! São e sempre vão ser! Tem gente que diz que não é... "Eu não sou ansioso, as coisas acontecem quando tem que acontecer." Mentira! Por dentro todo ser humano é igual: impaciente, sonhador, iludido... Jura de pé junto que não, mas vive sempre em busca da famosa cara metade!
Pode dar o nome que quiser : amor, alma gêmea, par perfeito, a outra metade da laranja... No fim dá tudo no mesmo. Pode soar brega, cafona... Mas é a realidade. Inclusive o assunto "amor" é sempre cafonérrimo.
Acredito que o status de cafona surgiu porque a grande maioria das pessoas nunca teve a oportunidade de viver um grande amor. Poucas pessoas experimentaram nesta vida a sensação de sonhar acordada, de dormir do lado do telefone, de ter os olhos brilhando, de desfilar com aquele sorriso de borboleta azul estampado no rosto...
Não lembro se foi o Wando ou se foi o Reginaldo Rossi que disse em uma entrevista que se a Marisa Monte não tivesse optado pelo "Amor I love you" e que se o Caetano não tivesse dito "To me sentindo muito sozinho.." eles não venderiam mais nenhum disco. Não adianta, o publico gosta e vibra com o "brega". Não adianta tapar o sol com a peneira. Por mais que você não admita:

-Você ficou triste porque o Leonardo di Caprio morreu em Titanic" e ficou feliz porque a Julia Roberts e o Richard Gere acabaram juntos em "Uma Linda Mulher";

-Existe pelo menos uma música sertaneja ou um pagodinho" que te deixe com dor de cotovelo;

-Quando você está solteiro e vê um casal aos beijos e abraços no meio da rua você sente a maior inveja;

-Você já se pegou escrevendo o seu nome e o da pessoa pelo qual você esta apaixonada no espelho embaçado do banheiro, ou num pedacinho de papel;

-Você já se viu cantando o mantra "Toca telefone toca" em alguma das sextas-feiras de sua vida, ou qualquer outro dia que seja;

-Você já enfiou os pés pelas mãos alguma vez na vida e se atirou de cabeça numa "relação" sem nem perceber que você mal conhecia a outra pessoa e que com este seu jeito de agir ela te acharia um tremendo louco;

-Você, assim como nos contos de fada, sonha em escutar um dia o tal "E foram felizes para sempre".

Bem , preciso continuar? Ok, acho que não... Negue o quanto quiser, mas sei que já passou por isso, e se não passou, não sabe o quanto esta perdendo.... O problema de resistir a uma tentação é que você pode não ter uma segunda chance"

Luiz Fernando Veríssimo