Da Fuga

Pra fugir de casa é preciso um pouco de vocação, esse negocio de sair com a mochila nas costa, pouca grana, pedir carona por aí, e eu definitivamente não sou assim.

Faço parte da outra metade das garotas, da parte que classifico como bonequinha de luxo, que só trocaria o conforto de casa com a garantia de estabilidade e tals.

Olhando de fora pode parecer que toda garota que tem um pouco de vocação pra fugir é uma doida e toda ‘bonequinha de luxo’ é uma dondoca, mas não é, é tudo uma questão de estilo e eu digo que é bom experimentar das duas metades sempre que possível...

Brega?

Muitos dizem que o romantismo é brega. Pois sim, concordo que ficar ouvindo Reginaldo Rossi ou Fagner (“Borbulhas de amor pra te encantar...”) é um pouco brega sim (ou muito...), mas que atire a primeira pedra quem nunca “despetalou” uma flor para fazer bem-me-quer, quem nunca escreveu o nome junto com o da pessoa amada dentro de um coraçãozinho, inventou apelidos “fofos” e quase sempre no diminutivo ou, ainda, nunca andou de mãos dadas exibindo um sorriso de orelha a orelha, e isso minha cara, é o mais puro e velho romantismo. Brega sim, mas irresistível.

Inscrição para um portão de cemitério

Na mesma pedra se encontram,
Conforme o povo traduz,
Quando se nasce - uma estrela,
Quando se morre - uma cruz.
Mas quantos que aqui repousam
Hão de emendar-nos assim:
"Ponham-me a cruz no princípio...
E a luz da estrela no fim!"

(A Cor do Invisível-Mário Quintana)